Restinga Sêca

Juiz que confessou ter atirado na companheira vai a júri em Restinga Sêca

Camila Gonçalves


Um assassinato que chocou a população da região será relembrado nesta quarta-feira, no Fórum de Restinga Sêca, a partir das 9h30min. Um juiz aposentado estará sentado no banco dos réus. Francisco Eclache Filho, 69 anos, é autor confesso da morte da sua companheira, a ex-secretária de Finanças de Restinga Sêca Madalena Dotto Nogara, 55 anos. Ele responde por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima. Na denúncia, o promotor de Justiça Sandro Loureiro Marones afirma que Eclache tinha ciúmes doentio de Madalena, por isso, uma das qualificadoras foi motivo fútil. 

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Pela repercussão do caso, a expectativa das partes é de que a sessão dure até a noite. O rito começa com o sorteio dos sete jurados, entre os 21 convocados, e é oficialmente aberto com os depoimentos das testemunhas. Em seguida, ocorre a sustentação da acusação e da defesa, réplica e tréplica. Por último, a juíza Juliana Tronco Cardoso direciona as perguntas aos jurados, cujas respostas vão moldar o veredito.

O crime aconteceu em 22 de junho de 2014, na casa de Madalena, 54 dias depois de os dois efetivarem a união estável. Madalena levou quatro tiros: na cabeça, nas costas e no peito. Em depoimento à polícia, Eclache disse que estava ensinando Madalena a usar uma arma de fogo. Ele tinha porte de duas armas calibre 38. Em Maio de 2015, o corpo da ex-secretária foi exumado, a pedido do promotor e pelo assistente de acusação, Bruno Seligmann de Menezes, advogado da família da vítima, para esclarecer a dúvida sobre onde entrou uma das balas que acertaram a cabeça de Madalena. 

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O juiz é natural de Minas Gerais e atuava no Tribunal de Justiça daquele Estado. Ele foi preso no dia seguinte ao crime, em Osório, após sair da pista com o carro que conduzia. A intenção dele era ir para Minas Gerais. Ele está detido em uma Sala de Estado Maior em Porto Alegre. No decorrer do processo, a defesa tentou liberdade provisória e um habeas corpus, que foram negados.

Do lado da acusação, Menezes disse que vai trabalhar para "demonstrar o histórico abusivo do réu no relacionamento".

- Ele era violento, agressivo, possessivo e, se os disparos tivessem sido acidentais, ou em legítima defesa, como ele chegou a alegar, com o conhecimento jurídico que ele tem, iria se apresentar imediatamente à polícia. Isso só evidencia a improcedência da tese da defesa. Além disso, um crime com quatro tiros não tem nada de acidental - declarou Menezes.

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Já o advogado Amadeu de Almeida Weinmann, que fará a defesa de Eclache junto com o advogado Fábio Adams, deu poucos detalhes sobre as estratégias que pretende adotar em plenário.

- Vamos explorar todos as imensas provas de que ele é inocente - declarou Weinmann à reportagem do Diário.

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